sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Boa Lira

Como cachoeira,
Deságua água prazenteira
Trazendo a vida no prazer de seus estalos.

Na fração desses segundos
O som de acordes recheados de carícia
Dão à atmosfera tons de paixão
E os lábios já quase esquecido dos teus delira.


Pintam movimentos de boa lira
Como há tempos não faziam
E talvez nem o fizessem mais nessa vida.
(várias são as águas corredeiras...)

Salve chuva prazenteira
Salve acordes de recheio
Salve a boa lira

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Todo Mundo Núcleo

O núcleo surdo do mundo,

está mudo.

O tudo fora do núcleo,

está mundo.

O mundo duro do núcleo,

está vivo.

O núcleo duro do tudo,

implicado.

O núcleo casca do mundo,

emaranhado.

O mundo troca do mundo

encantado.

O núcleo simples do tudo,

ao lado.

O núcleo gira do mundo

amado.

Núcleo todo mundo!

Todo núcleo mundo!

Mundo todo núcleo!

No mundo

Tudo núcleo!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Janela

A borboleta Albina
Saiu turquesa

Quando Rio

Quando rio
Desço pro mar

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Horas nada

Belo dia
Flor do dia
Gume fio
Brilho fugidio

É tudo nosso!
Aprendizes das horas nada

Assim é que se fez o acesso...
A linguagem poética
Nessa noite
Veículo do amor
Por nada...

O Processo
se realiza enquanto aberto,
De asas envergadas
e com elas, o peito.

Aos antropofagos
falta a fotossíntese!
Às maiorias, asas!

A multiplicidade se faz
em tantos níveis...

Redes
cercam o corpo
E com ele
ainda mais Ele!

Algum ser fora do tempo e do espaço,
habitante dessa falta,
Acessa o limiar:
Ascende!
Apaga!
Teima!
E escapa
!

E nesse processo quase infinito de seguir referenciais
Jaz tangente em determinado instante.


O processo é de consumo,
Posto que é corpo.
E multiplicidade,
Posto que é processo
.

Um ver diferente atrai
um verde diferente, que tal?
A maestria da consonância com nossa possibilidade
De ser

Há de sentir-se bem
e nu.
Suspenso ao sabor de cada troca.

A vida sobrecarregada
Sabota a troca da vida...

Suscetível ao núcleo da possibilidade
Suspira com a profundidade de quem vê e ilude.

Ainda,
a ruptura vem de leve
E ao que parece,
depende de depender...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Auto-Sugestão

Auto-sugestão
é mesmo uma pré-coisa que leva...

Mulheres de unhas vermelhas
Vêem tantos vermelhos...

Brotam
desenhos, canteiros, letreiros, sapatos, carros, rodapés...
E outras unhas vermelhas

A chuva leva...
Uns a dormir
Outros a desabafar
Tomar relembranças
E literalmente desabar
Quem sabe do que é capaz...

Das pré-coisas,
Uma referência quase ausente,
Gira um mundo...

Um tudo pode ser
Um quase de apenas relações referenciais atmosféricas

Aí,
Quem vive de paixão e poesia
(Auto-sugestão perigosa)
Pode confundir a vida
E qualquer gota pode ser a gota dágua...
Quem sabe,
Talvez até mais que uma chuva?!

O ouvido interno abençoa o som
E se refaz a cada mugido
Cílios...
Líquidos...
Espirais...
Seus micro...

Alternam quem vive
música
Entre o sublime e o barulho
A poluição
Pra onde vai a atenção?

Bom mesmo é viver de processos...
Desentender muitas e muitas coisas
E cada vez mais
pré-coisas
Fabricam o processo enquanto processos
Trabalham com a referência do
quase ausente
Significado
Que logo some
Quem sabe pra onde?
Vai a atenção?

Chovendo em mim

Aqui,
Chove!!!

Chuva...

Chuva...

Chuva...

E eu cada vez mais magma
Querendo brincar de molhar...
rir pro ar...
de àmar...
deliciar...

De escorrer junto e fácil
Despir dos moldes
E deixar de fazer inventários...

Desclassificar
coisas
até deixarem de ser,
pra ser
Pré-Coisas!

Ficar em Praça pública
esculpindo paciências
colhendo hitórias irrisórias e antigas
cultivando policulturas pelas beiras
procurando o valor dos valores
Liberando o ser passo a passo
Criando minhocas
Pulverizando minhocários
Verificando a relva
Trocando insumos
Consumindo miúdos
Articulando versos

“vai até a janela...
olha pra fora...
tá vendo isso?
É tudo nosso!”

Viver
da Arte de tudo ser
Paz total
É dispensar tudo
Exercício de concentr
ação e dissipação...
Reconecctar cada parte muda do mundo
E ainda mais
nós
a serem feitos
e desfeitos

O miolo é mole
àmar É magma!