segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Palavras em Desencanto

O outro,
Já quase achado na vida
Precisou desencontrar-se novamente.

No desejo de ter
E sempre sentir tal coisa boa
Incorreu no risco e erro de cristalizar e projetar com força!
Por apenas um segundo,
Foi o que bastou!

Sabia,
Tinha para si, já há algum tempo, a dinâmica irrefutável dos fluxos das coisas e não coisas.
Já havia vivenciado os belos descaminhos oferecidos pela vida.
Havia sentido tudo quanto lhe fosse possível.

Ele e o mundo...
Um transpirando
O outro conspirando.

Os interesses resvalavam,
O mundo diverso e delineado
Resvalava em projeções de unidade.
O que de maneira nenhuma abalava a presença do agora
Febril, material, falante, contraditório, levemente denso...

O seu projeto parecia ser de expansão
E isso o guiava para vales, florestas, caminho de águas, montanhas, medicinas...
Caminhos do silêncio criador e contemplador
Tempos e espaço foras do tempo.

Dentre tantas e tantas percepções, lhe surge uma de especial valor.
A leveza realmente impressionava o vivente
Tanto por sua forma inesperada quanto pela fecundidade trazida.


Tantas voltas dá seu mundo
Que dias e horas estão fora de órbita.
Há um descortinamento digno de ser revolucionário!

Sente a eminente necessidade de ordenamento
E não sabe por onde começar.
Sabe que, como para tantas outras coisas,
O que resta fazer é se colocar em atividade.
As peças todas estão no mundo
Seguem brotando do nada,
Como as Flores...
(com suas pequenas inflorescências que nascem das pedras mais altas dos costões).

Ela disse:
-Faça o mesmo e vá viver!
E o fez como se fosse eu.
Como se fosse eu que o dissesse.

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